Nosso ecossistema sofre todo ano diversas agressões de toda a população, inclusive de trabalhadores da área da saúde. Afinal eles utilizam diversos lixos clínicos contaminantes, e por conta deste risco, necessitam de cuidado na hora do descarte.
Esses materiais também são chamados de Lixo hospitalar ou Resíduos de serviço de saúde (RSS). Os estabelecimentos de saúde como hospitais, clínicas, laboratórios, ambulatórios, farmácias, postos de saúde, necrotérios, centros de pesquisa precisam realizar o descarte.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DOS LIXOS CLÍNICOS
Os resíduos são classificados para ajudar o profissional, a saber, qual é o tipo utilizado no consultório. Os grupos vão de A até E, sendo alguns merecem cuidados especiais na hora do descarte.
(Fonte/ http://blog.schuster.ind.br/descarte-de-materiais-odontologicos/)
Grupo A – Resíduos Biológicos
Esse grupo conta com lixos clínicos que podem acarretar risco potencial à saúde e ao meio ambiente.
Fazem parte desse grupo de resíduos biológicos:
- Gaze, algodão, luva, máscara ou compressa com sangue ou secreção.
- Bolsas de transfusão de sangue
- Bolsa coletora (colostomia/urina)
- Sondas
- Materiais sujos de sangue ou secreção
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos
- Ponto de sucção
Grupos B – Resíduos Químicos
Os resíduos deste grupo contêm substâncias químicas que apresentam riscos tanto à saúde pública quanto ao meio ambiente. Contam com dois subgrupos:
Resíduos Sólidos
- Termômetros de mercúrio
- Lâmpadas
- Raios-X – fixadores e reveladores
- Kit de diagnóstico
- Pilhas, baterias, acumuladores de carga
Resíduos Líquidos
- Remédios descartados por serviços de saúde, farmácias e distribuidores de medicamentos.
- Resíduos de saneantes, desinfetantes.
- Resíduos contendo materiais pesados, reagentes para laboratórios.
- Efluentes de processadores de imagens (reveladores e fixadores)
- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas
Grupo C – Resíduos Radioativos
Neste grupo estão os resíduos que contém radionuclídeos em atividades humanas, em quantidades superiores ao estabelecido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
Exemplos de resíduos Radioativos:
- Rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos
- Provenientes de laboratórios de análises clínicas
- Serviço de medicina nuclear e radioterapia
Grupo D – Resíduos Domiciliares / Comuns
No grupo D estão os resíduos que não apresentam riscos biológicos, químicos ou radiológicos à saúde ou ao meio ambiente.
São eles:
- Papel de uso sanitário, fraldas, absorventes.
- Sobras de alimentos, restos alimentares de refeitórios.
- Resíduos provenientes de áreas administrativas.
- Resíduos de podas, varrições e jardins.
- Resíduos de gessos provenientes da área de assistência à saúde.
- Não apresenta riscos biológicos e químicos.
Grupo E – Resíduos Perfurocortantes.
Por fim o último, mas não menos importante. No grupo E estão os resíduos que podem ou não provocar riscos potenciais tanto à saúde quanto ao meio ambiente. A diferença deste grupo para o grupo A, é que este último conta com materiais perfurocortantes ou escarificantes que devem ser guardados em caixa de papelão resistente.
Os materiais desse grupo são:
Perfurante.
- Lâminas de barbear,
- Agulhas,
- Escalpes,
- Brocas,
- Limas endodônticas,
- Pontas diamantadas,
- Lâminas de bisturi,
- Tubos capilares,
- Lancetas,
- Ampolas de vidro,
- Micropipetas,
- Lâminas e lamínulas,
- Espátulas.
Utensílios de vidro quebrados no laboratório
- Pipetas
- Tubos de coleta sanguínea
- Placas de Petri
Como separar os materiais clínicos à serem descartados
Agora que já sabemos o que faz parte de cada grupo, vamos explicar como se deve realizar o descarte desses materiais.
Grupo A: Compre lixeira com pedal e saco de lixo branco ou vermelho. É Importante lembrar que esse material pode causar doenças à pessoa que entrar em contato. Deve ser guardado em saco branco leitoso com símbolo de risco infectante ou sacos brancos leitoso com símbolo de risco infectante.
Grupo B: deve-se efetuar a correta separação, identificando nome do produto e o guardando. É Importante levar em conta a incompatibilidade química dos materiais, para assim evitar acidentes.
Grupo C: Um Profissional específico deve ser escalado para gerenciar todo o processamento desses resíduos. Eles devem ser descartados em recipientes compatíveis com o tipo de substância e com identificação de resíduo radioativo que chame a atenção.
Grupo D: A retirada desses resíduos fica a cargo do setor público. Os resíduos do grupo D não recicláveis e/ou orgânicos devem ser acondicionados nas lixeiras cinza devidamente identificadas, revestidas com sacos de lixo preto ou cinza.
Os resíduos recicláveis devem ser acondicionados nas lixeiras coloridas, identificadas.
Grupo E: Os descartes desse grupo devem ser feitos em embalagens estanques, caixas de papelão, resistentes à punctura bem como ruptura, vazamento. Dessa forma precisa ser devidamente identificado através do símbolo de risco correspondente.
Dessa forma esses materiais nunca devem ser colocados diretamente em sacos plásticos. Pois juntamente com outros resíduos infectantes, podem provocar acidentes.
ONDE DESCARTAR O LIXO CLÍNICO
Antes de mais nada as clínicas e hospitais devem seguir um desses métodos de descarte a seguir:
Incineração: Esse procedimento pode ser considerado um excesso de cuidado. Ele é realizado através da queima do lixo infectante deixando-o em cinzas. Entretanto pode ser considerada uma atitude ambientalmente incorreta devido aos elementos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.
Auto-Clave: Esse método esteriliza o lixo infectante, porém é considerável caro, não sendo muito utilizado no descarte do lixo infectante. Uma segunda alternativa é o lixo infectante ser colocado em valas assépticas, entretanto o espaço para todo o lixo produzido pode ser um problema em muitas cidades.
Desinfecção mecânico-química: Antes de mais nada essa é uma tecnologia torna o lixo hospitalar irreconhecível. Através desse processo, o lixo é primeiro picado ou pulverizado enquanto é adicionado volumes de água e desinfetante à mistura. Dessa forma o líquido é descartado no esgoto, enquanto o lixo sólido é transportado para o aterro sanitário.
Aterros sanitários: Primeiramente os aterros sanitários devido a sua regulamentação não aceita lixo hospitalar sem ser processado. Entretanto como já citado no texto, existem procedimentos que tornam o lixo hospitalar menos prejudicial, o que o torna aceitável em aterros sanitários.
Por fim o descarte de lixo clínico dentro das unidades de saúde exige cuidados especiais para garantir a saúde de pacientes e trabalhadores bem como da preservação do meio ambiente seguindo as normas da ANVISA.